terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quando Lisboa Tremeu, de Domingos Amaral

Sinopse: Lisboa, 1 de Novembro de 1755. A manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com a sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, uma ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do rei D.José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis. De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casas caem, os tectos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o Terreiro do Paço, e durante vários dias incêndios colossais vão aterrorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro, e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros. (retirado de http://www.leya.com/gca/?id=316)

A Minha Opinião: Quando Lisboa tremeu relata uma história que tem como cenário a catástrofe de 1 de Novembro de 1755 em Lisboa. Dividido em 4 partes - Terra, Água, Fogo, Ar - o leitor vai acompanhando a destruição de Lisboa, primeiro pelo terramoto, mas seguidamente pelos tsunamis e incêndios.
Na capa, é nos dado a conhecer que o dia de todos os santos mudaria a vida de 5 pessoas para sempre. São elas o pirata, a irmã Margarida, o comerciante inglês Hugh Gold, Bernardino e o rapaz. A história de cada uma delas é-nos contada pelo pirata Santamaria e desde logo nos damos conta de que as suas histórias são bastante peculiares. A maneira com que Santamaria relata os acontecimentos, deixando algumas frases suspeitas sobre o que se passará no futuro, cria também algum suspense, o que, claro, contribui para que o leitor fique rapidamente preso à história.
Sem dúvida que os pontos positivos deste livro são estas personagens, bem desenvolvidas e tão diferentes entre si que, por um acaso do destino, se vão cruzando no meio da catástrofe que assolou Lisboa. Deixo também uma nota para o final, que não só foi comovente como também imprevisível.
No entanto, o livro peca na questão histórica. Pelo menos eu procurava um pouco mais de história neste livro. É sem dúvida muito engraçado ler algo que tem lugar numa cidade que me é muito familiar e conseguir imaginar os espaços como se fosse eu a percorrê-los, durante um acontecimento que me é também familiar, mas gostaria de ter retirado mais um pouco de informação do que a que retirei.
Talvez tivesse umas expectativas um pouco elevadas em relação a este livro, no entanto, não deixo de reconhecer que é uma leitura agradável, com capacidade para agarrar o leitor, e que dá uma boa visão sobre este acontecimento.
Classificação: 7/10 (Bom)

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