sábado, 25 de setembro de 2010

Dia José Saramago no CCB

Para os fãs de José Saramago, este domingo, dia 26 de Setembro, o CCB dedica um dia esclusivo ao escritor.

A entrada é livre e o programa consiste num passeio pedonal, em leituras de excertos de algumas das suas obras, conversa com o editor de José Saramago e visualização do filme Ensaio sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles.




Por acaso algum dos leitores participou num dia semelhante de de outro escritor no CCB?


Excelentes Leituras :)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

El Tiempo entre Costuras (O Tempo entre Costuras), de María Dueñas

Sinopse: «O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.


A Minha Opinião: Quando me encontrava numa fnac madrilena, o único que procurava era um livro em Espanhol para oferecer à minha mãe que eu gostasse de ler quando ela o acabasse.

A escolha d' El Tiempo entre Costuras não poderia ter sido a mais certa. Apesar de estar um pouco receosa pelo marketing envolvido, após lê-lo concordo que o livro é sem dúvida é merecedor de tal destaque.

El Tiempo entre Costuras apresenta-nos uma história interessantíssima contada em 1ªpessoa por Sira Quiroga, uma jovem madrilena da primeira metade do século XX que desde cedo apresenta um talento para a costura e cuja vida é repleta de personagens autênticas, lugares tão próximos e ao mesmo tempo tão longínquos e experiências que nos agarram desde a primeira frase: "Una máquina de escribir reventó mi destino".

Muitas vezes faço a comparação da leitura de alguns livros com um rio e este é um excelente exemplo disso. Desde o início até ao final vamos embalados pela corrente, pelo que até nem precisamos de nos surpreender a cada minuto, pois os pormenores mais quotidianos do dia-a-dia da protagonista satisfazem-nos plenamente. É claro que uma escrita fluída ajuda, como é o caso da de María Dueñas, mas o enredo é também ele muitíssimo agradável de seguir. A dinâmica do livro é maravilhosa e as personagens simplesmente magníficas. É curioso como todas têm um papel tão importante e são uma presença tão sólida na vida de Sira e depois lentamente ou de repente o seu caminho separa-se do da protagonista para nunca ou mais tarde se reencontrarem. Tão parecido com o decorrer de uma vida, que é impossível não encontrar nestas personagens semelhanças a pessoas que conhecemos ou até connosco próprios.

Os acontecimentos que acompanhamos são igualmente fantásticos. Como referi, não são sempre algo absolutamente surpreendente - muitas coisas na vida não o são - mas as experiências de Sira são tão variadas e extremamente viciantes o que nos deixa ansiosamente à espera de pegar no livro de novo para ler só mais um bocadinho.

A nível de romance este livro já tem tanto. A nível de romance histórico ultrapassou qualquer expectativa que tinha. As descrições do protectorado espanhol são de puro deleite, a realidade de um Madrid destruído pela guerra parece demasiado real. À medida que avançamos na história seguimos Sira de Madrid a Tetuán a Tanger ou Lisboa e vê-la de forma tão vívida a percorrer as suas ruas faz-nos difícil não imaginar quase com exactidão aquele cenário.

Apesar de alguma parte da sua vida ser passada com a Guerra Civil Espanhola esta não é o ponto fulcral deste livro, no entanto são-nos dados a conhecer vários aspectos da guerra e principalmente dos anos seguintes ( a influência britânica por um lado e a germânica por outro) que eu desconhecia por completo.

Confesso, no entanto, que fiquei um pouco desiludida com o final. Para um grande livro queria um final que o correspondesse, mas não foi essa a sensação com que fiquei quando o acabei. Ainda assim, o final não retirou o prazer que tive ao ler este livro, ainda que um bolo delicioso mereceria no topo uma cereja um pouco maior.

A minha mãe e eu aconselhamos vivamente.

Classificação : 9/10 - Excelente

sábado, 11 de setembro de 2010

Sopro Do Mal, de Donato Carrisi

Sinopse: Seis braços enterrados. Seis crianças desaparecidas. Um serial killer brilhante e monstruoso, que instiga outros a matar por si.
O criminologista Goran Gavila e a sua equipa de investigação são chamados a intervir, procurando descobrir um assassino que constantemente parece pô-los à prova.
Mila Vasquez, investigadora especializada em encontrar pessoas desaparecidas, entra em cena e junta-se à caça do homicida.
Mas cada passo que dá é, na verdade, controlado por uma mente genial e implacável. Tudo se passa como nun diabólico jogo da verdade, como se o Mal trouxesse consigo uma mensagem.

A minha opinião: Este é um fantástico livro, de Donato Carrisi.
Apesar de nuncar ter ouvido falar do autor e de o livro me ter sido oferecido no meu aniversário, logo não foi uma escolha minha, devo dizer que fiquei bastante impressionada! Na realidade, quando li a sinopse não estava nada à espera que este livro me interessasse, e não fiquei com grandes espectativas, no entanto, este revelou-se uma grandiosa surpresa! Que tremenda felicidade, saber que os novos autores são capazes de escreverem livros tão inteligentes quanto este!

A história passa-se à volta da personagem principal, a agente Mila Vasquez, que investiga o caso de seis raparigas raptadas, juntamente com novos colegas de equipa.
A equipa de investigação encontra seis braços enterrados, provas de crimes maquievélicos, cometidos por um serial killer, que mais tarde viriam a descobrir ser um homem com uma mente brilhante.

Durante toda a acção, o serial killer, a quem chamam de "Albert" em memória de um caso antigo, monta um perigoso jogo para a equipa de Gavila, da qual Mila agora faz parte. Todas as pistas são dadas aos investigadores porque o assassino assim o quer, mas nada é dado sem antes se serem revelados grandes segredos acerca de pessoas que passariam muito bem por inocentes. O objectivo do assassino é mostrar que não escolheu as meninas que matou, mas sim as famílias das crianças.

Pedófilos, assassinos, cumplices em crimes, parasitas*, padres, milionários, todos fazem parte deste mundo, e por vezes estão mesmo ao nosso lado. Será que conhecemos realmente bem o nosso vizinho da frente? E o padeiro? A mulher que vai sentada ao nosso lado no autocarro, será quem aparenta ser? É isto que o nosso autor nos quer transmitir: "Estamos ao lado de pessoas de quem pensamos saber tudo, mas de quem não sabemos nada..." - Goran Gavila
Segredos horriveis são revelados, e o jogo continua, todas as raparigas estao mortas, excepto a sexta.

Na ânsia de correr contra o tempo e salvar a sexta rapariga, Mila não se apercebe que está a ser enganada pelo colega em quem mais confia, e quando finalmente a realidade se dispõe diante dela, Mila nem quer acreditar, que, durante todo aquele tempo, todas as partilhas entre ela e Gavila foram uma completa farsa. E ali está! A resolução do crime, mesmo à frente dos seus olhos!

Esta foi uma fantástica leitura, com um final nada esperado.
Os meus sinceros parabéns a Donato Carrisi pelo maravilhoso contributo para a cultura do Mundo!

*parasitas - aqueles que se apoderam da casa de outros, muitas vezes havendo sequestro da familia na própria casa.

Classificação: 9/10 - Excelente

PS: Um grandioso "Olá!" a todos os leitores! Que saudades, companheiros!