terça-feira, 22 de junho de 2010

A Muralha de Gelo, de George R. R. Martin

Sinopse: Estes são tempos negros para Robert Baratheon, rei dos Sete Reinos. Do outro lado do mar, uma imensa horda de selvagens começa a formar-se com o objectivo de invadir o seu reino. À frente deles está Daenerys Targaryen, a última herdeira da dinastia que Robert massacrou para conquistar o trono. E os Targaryen sempre foram conhecidos pelo seu rancor e crueldade ....

Mais perto, para lá da muralha de gelo que se estende a norte, uma força misteriosa manifesta-se de maneira sobrenatural. E quem vive à sombra da muralha não tem dúvidas: os Outros vêm aí e o que trazem com eles é bem pior do que a própria morte...

Ainda mais perto, na Corte, as conspirações continuam. O ódio entre as várias Casas aumenta e desta vez o sangue mancha os degraus dos palácios e o veludo dos cadeirões dourados. E quando parece que nada poderia piorar, o rei é ferido mortalmente numa caçada. Terá sido um acidente ou um assassinato? Seja como for, uma coisa é certa: a guerra civil vem aí!

A minha opinião: O primeiro livro desta saga é, sem dúvida, brilhante e muito promissor.


À semelhança da primeira metade do livro, esta segunda parte não me desiludiu e manteve a qualidade da primeira.


É difícil escrever quando gostamos tanto de um livro. Pessoalmente, penso que o ponto mais positivo deste livro/série é o facto de ser uma fantasia diferente. Apesar do género ser inconstatavelmente fantasia, pois o mundo no qual se desenrola a acção é fictício e existem alguns elementos irreais, tudo o resto podia perfeitamente ter lugar na era medieval, e aliás é assim que o imagino. Desta forma, parece que todos os géneros se encontram condensados na história. Eu achava que isto era pouco provável, antes de lê-lo, mas é possível. E isso confere uma qualidade única: temos aventura, temos fantasia, temos política, temos mistério, temos tudo escrito de uma maneira que nos prende e dificilmente larga... Apesar de, por vezes, me fazer lembrar a saga de Paolini (Eragon, Eldest, Brisingr) por ser o género mais parecido a estes livros que conheço, e sem querer ofender os fãs de Paolini, gosto muito mais da saga de Martin.


Outro ponto muito positivo são as personagens. Que personagens! Não são estereotipadas ou algo do género. Cada uma é feita de um conjunto de traços únicos que fazem com que se assemelhe a algo da vida real, não aos clichés da esposa indefesa ou o senhor em que a honra esteve sempre acima de tudo o resto. Cada uma comete erros, erros esses que personagens daquele estereótipo não poderiam cometer. É impossível não gostar das mesmas. Durante este livro, surpreendi-me com a maioria delas.
Apenas tenho a apontar que, por vezes, a leitura foi um pouco densa na parte das tácticas militares e outros aspectos políticos. No entanto, isso deve-se ao meu interesse um pouco mais baixo pelas cenas de guerra e penso que, para quem goste, não será aborrecido nem por um segundo.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, morreu hoje aos 87 anos de idade



Calou-se a voz da Liberdade e do pensamento literário Português!

José Saramago, morreu hoje ao 12:45 em Lanzarote, Espanha, aos 87 anos de idade.
Foi com total choque e emoção que a Cozinha das Letras recebeu a trágica notícia. 

José Saramago recebeu o prémio Nobel da Literatura em 1998.
Uma das suas mais conceituadas obras "Ensaio sobre a Cegueira" foi adaptada ao cinema.
O sua última publicação foi "Caim" que gerou uma enorme polémica.

Em nome da Cozinha das Letras, um Muitíssimo Obrigada a este ícone da cultura Portuguesa! A sua perda é irremediável! 
Mais informações, aqui.

                                                                 Até Sempre, José Saramago!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aniversário!

Caríssimos Leitores,
É com o maior dos prazeres que vos anuncio e comunico um ano de existência de Cozinha das Letras! É verdade queridos leitores, o tempo é algo mágico e encantador, porém traiçoeiro e indesejável.
Um ano de Cozinha, Um ano de Letras!
Queremos sobretudo agradeçer a vossa gentileza e amabilidade por disporem do vosso precioso tempo com as nossas críticas, comentário e crónicas, pois sem voces esta realidade não seria possível. Como autora deste pequeno texto de agradecimento festivo (Papillon) o meu muitíssimo obrigada, às minhas eternas companheiras Jacqueline e Juliet!
Que muitos aniversários se sucedam recheados de alegria e novidades!
Feliz Aniversário Cozinha das Letras e respectivas Cozinheiras!

sábado, 5 de junho de 2010

Harém, Dora Levy Mossanen

Sinopse: História, fantasia e exotismo na Pérsia do séc. XIV. Um fabuloso conto das 1001 noites, onde os laços que unem mães e filhas se cruzam com importantes acontecimentos históricos e luxuriosas imagens de desinibida sensualidade.

Tendo o Bairro Judeu da Velha Pérsia como ponto de partida, Dora Levy Mossanen faz-nos embarcar numa viagem sedutora ao mundo fascinante dos xás, adivinhos, eunucos e sultanas. Harém segue três gerações de mulheres determinadas e astutas: Rebekah - uma rapariga pobre casada com Jacob, o Sem Pai, o ferreiro grosseiro - a quem o casamento desastroso deixa uma marca entre os seios; Pó de Ouro, a filha querida de Rebekah, que entra no mundo opulento e perigoso do harém e cativa o Xá com os seus ossos cantores; e a filha de Pó de Ouro, a reverenciada e temida princesa albina Corvo, que um dia governará o Império. Rico em imagens, Harém descreve com vivacidade os bazares exóticos, as ruelas perigosas da cidade, e os aposentos do palácio, repletos de conspirações e traições - assim como de amor e redenção. Romance de textura intrincada habilmente trabalhado, Harém representa o começo de uma carreira literária notável.


A minha opinião: Como já devem ter reparado, gosto muito de ler livros cuja acção se desenrola no Oriente. Desta forma, o tema não me podia agradar mais, pois tinha mais do que um aroma oriental.

No que diz respeito às personagens, penso que foram bem conseguidas. Foi bastante interessante poder acompanhar três gerações de uma família: avó, mãe e filha e assim reconhecer características herdadas, mas ao mesmo tempo ver como eram tão diferentes. Isto sem mencionar o facto de poder ver como a determinação e astúcia da avó conseguiram colocar as gerações seguintes no clima ostentoso do palácio, tornando a filha a favorita do Xá e a neta a princesa da Pérsia, quando o que as esperava era uma casa decadente no bairro judeu, à semelhança dos seus antepassados.


Outro aspecto a apontar são as descrições. Talvez por ser uma realidade algo próximo à autora - afinal ela tem ascendência de Israel - esta conseguiu perfeitamente fazer o contraste entre o ambiente do harém/palácio e as pobres ruelas do bairro judeu. Nesse aspecto fui completamente transportada para a Pérsia do século XIV.

Quando à narrativa, é interessante. Não sendo uma leitura propriamente leve, dá-nos a possibilidade de acompanhar ambientes e acontecimentos diferentes e característicos, que conseguem prender o leitor.

Apesar de não conseguir apresentar em concreto aspectos negativos, afinal de contas, gostei das descrições, das personagens e da história, penso que de certa forma faltou algo. Enfim, talvez tenha esperado mais do que este livro podia dar. No entanto, dado que este é o romance de estreia da autora, não tenho dúvidas que o seu próximo livro deverá passar de interessante a muito bom.


Classificação: 7/10 - Bom