quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Herdeiro de Sevewaters, de Juliet Marillier

Sinopse: Os chefes dos clãs de Sevenwaters têm sido guardiães de uma vasta e misteriosa floresta, um dos últimos refúgios das Criaturas Encantadas da história antiga. Humanos e habitantes do Outro Mundo coexistem, separados por um fino véu entre os dois mundos e uma confiança degradada. Tudo se altera na Primavera em que Aisling de Sevenwaters descobre que espera outro filho. Ao nascer um rapaz - herdeiro de Sevenwaters -, a sua irmã Clodagh toma a responsabilidade pelo bem-estar da criança, enquanto a mãe recupera. A alegria da família transforma-se em desespero quando o bebé é levado do seu quarto e substituído por uma estranha criatura. Clodagh verá a sua coragem testada ao limite e a recompensa será muito maior do que alguma vez imaginara...

A minha opinião: Neste 4º livro, Juliet apresenta-nos Sevenwaters três anos depois da história d'A Filha da Profecia. Desta vez, vemos os acontecimentos a partir de Clodagh, uma das filhas de Sean. Tenho a dizer que não gostei muito desta personagem. Não queria entrar em comparações com os anteriores livros, mas identifiquei-me mais com Sorcha, Liadan e Fainne. Com esta, não houve qualquer afinidade, digamos. Talvez, porque queria que Sibeal fosse a principal ou porque queria um novo poder a contar-nos a história (Clodagh apenas possui a capacidade de falar com a sua irmã gémea à distância, como acontecia com Liadan), ou porque queria uma personagem mais forte... Além disso, estava à espera de uma história muito emocional e com luta interior, como nos livros anteriores. Este livro apenas me prendeu emocionalmente em algumas ocasiões.

Fora disso, achei que foi um livro interessante. As personagens antigas foram bem desenvolvidas, pois gostei bastante dos rumos das mesmas. A história em si também despoletou o meu interesse. Um dos factos que me prendeu foi sem dúvida, o podermos conhecer melhor o Outro Reino e as personagens que o constituem. Sinto que foi precisamente esse o aspecto que se destacou neste livro.

Por fim tenho a dizer, que adorei reviver o clima de Sevenwaters, contactar com personagens já bem conhecidas... Apesar de não ser de todo o meu preferido, foi um prazer voltar a entrar neste mundo fantástico de Juliet Marillier.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

[Para aqueles que leram: Parece-me que este livro tem várias parecenças com O Filho das Sombras. Notaram isso enquanto o liam?]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Jardim Encantado, de Sarah Addison Allen


Sinopse: As mulheres da família Waverley têm um segredo...
Para elas, é uma maldição; para os vizinhos é apenas algo estranho; nós chamamos-lhe magia...


A Minha opinião: Faz algum tempo desde que li este livro mas não posso deixar de o partilhar com vocês, sobretudo porque me deixou completamente viciada na escrita de Sarah Addison Allen.
Esta é uma história envolvente que nos dá a conhecer o segredo das mulheres Waverley.


Ora prestem atenção.



Claire Waverley (a nossa personagem principal) vive sozinha numa casa ao estilo Queen Anne que herdou da avó, na mais pequena das cidades, Bascom. Contudo, Claire não é filha única e ao longo da história lembra-se com frequência da amarga infância.
A mãe das duas irmãs, Lorelei, vivia com dificuldades financeiras e ninguém que a ajudasse, por isso roubava nas lojas de conveniência luvas quentinhas, comida, champô e por vezes um chocolate para Claire. Antes de Sydney nascer, Claire vivia constantemente com medo de ser apanhada, de se magoar ou de não ter roupa suficientemente quente para sobreviver ao Inverno. Claro que a mãe aparecia sempre com o que era necessário, como que por magia, antes das duas passarem frio, fome ou qualquer outra necessidade. Mãe e filha viviam constantemente de um lado para o outro, sem casa fixa.
Quando a pequena Sydney nasce Claire é um pouco esquecida pela mãe, que deposita todas as atenções na irmã mais nova. Para Claire aquele estilo de vida sempre fora bom o suficiente, mas Lorelei achava que Sydney merecia melhor, merecia ter raízes. Assim, mudam-se para a casa da avó Waverley, que é agora a casa de Claire.
Lorelei abandona as duas meninas e deixa-as ao cuidado da avó. Os anos passam e Sydney torna-se na irmã rebelde, decidindo assim partir com vergonha do seu nome de família.
Claire aprende com a avó o segredo das Waverley: aquela fora a casa de várias gerações de mulheres Waverley e todas cuidavam do seu jardim mágico.
As plantas do jardim da família têm poderes especiais que afectam quem quer que as coma. A planta mais poderosa era a temperamental Macieira, que dava umas maçãs muito especiais. O dever das Waverley era certificarem-se de que apenas utilizavam as plantas para fazerem o bem e de que não deixavam ninguém comer aquelas Maçãs.
Sydney sofre numa relação abusiva, e decide que está na altura de se mudar para Bascom com a filha, Bay. Claire tem de pôr de lado as memórias da horrível infância e aceitar Sydney e Bay na sua vida.



Durante toda a narrativa, Sarah Addison Allen conta-nos pedacinhos do presente e memórias passadas, e assim a cativante história vai ganhando vida.

Sarah dá-nos a conhecer a história das duas irmãs enquanto vivem separadas, e só assim conseguimos perceber como é duro para Claire partilhar a sua vida com alguém. As duas acabam por aprender como viver juntas e há um final feliz reservado para cada uma.

Este Romance embrenhou-me nas suas palavras devido à história que conta (a cada momento Allen não nos deixa esquecer de que todas as mulheres Waverley têm magia), a todas as personagens nela envolvidas que criam o ambiente certo na altura certa da narração, e sem dúvida devido também à escrita desta autora, que, como já referi antes,é realmente boa.


É certamente um Romance Mágico.


Resta-me aconselhar-vos vivamente este livro e deixar-vos o voto de deliciosas leituras.


Classificação: 8/10 - Muito Bom
(Depois de um raspanete da Jacqueline', estou de volta!) ;)

sábado, 14 de novembro de 2009

Carrie, de Stephen King

Sinopse: Não é que fosse diferente das outras. Um pouco estranha, sim. E antipática. Talvez por isso, era objecto da chacota e do riso de toda a turma. Ou talvez a sua antipatia fosse antes o resultado de se ver sempre constituída em alvo da troça de todas. Mas, quanto ao resto, não. Carrie era uma moça normal. Como todas as outras. E mais como todas as outras seria, se não fosse aquela incrível mulher que era a sua mãe. Mas isso não explica tudo. Sobretudo, não explica que naquela noite, a noite do baile, uma cidade inteira tenha sido arrasada por Carrie, sem que ela precisasse de mexer sequer um dedo.

A Minha Opinião: Esta foi a minha estreia no género terror/paranormal e devo a dizer que gostei bastante! Principalmente, porque não estava à espera de gostar deste género :)

Mas vamos por partes. Carrie é uma rapariga de dezassete anos aparentemente normal, no entanto com uma mãe fanático-religiosa. Como se isso não bastasse, Carrie é uma rapariga telecinética, ou seja, consegue mexer os objectos através da mente. Ok. Isso é estranho, um pouco assustador. Agora imaginem que uma pessoa com um poder desses fosse desprezada por tudo e por todos e fosse constantemente alvo de partidas, que por sua vez, poderiam levar à "activação" desse poder. Como, por exemplo, uma partida no baile de finalistas. Isso é realmente sinistro e dá sem dúvida uma história fenomenal!

É esta a narrativa que Stephen King nos apresenta. Uma história que poderia não ter graça nenhuma, mas que no entanto, através da sua maneira de contá-la, a torna simplesmente fantástica. Este foi um aspecto que adorei neste livro: a escrita de Stephen King. Se na verdade, não tenho termos de comparação no género, posso dizer que a escrita dele é absorvente, paralisa o leitor e este dificilmente quererá largar o livro, uma coisa que é fundamental, penso eu, num livro de terror. Além disso, o autor consegue caracterizar muito bem as personagens, principalmente indirectamente, um pormenor que é bastante interessante. Por fim, outra coisa a apontar é a utilização de diferentes tipos de texto durante o livro ( a narrativa propriamente dita, excertos de livros, entrevistas etc.), o que fez com que a leitura fosse dinâmica e que tivesse pontos de vista distintos de um acontecimento, o que levou a um produto final genial.

Depois de Carrie, Stephen King é um autor que vou ler brevemente.

Classificação: 8/10 - Muito Bom

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Loja dos Suicídios, de Jean Teulé

Sinopse: É uma lojinha onde nunca entra um raio de sol. Imagine um negócio de família que envolve a venda de todos os ingredientes possíveis para a prática de suicídio, nas suas mais diversas formas. Corda, pistolas, facas, venenos e toda uma panóplia de produtos mortíferos. São cinco as personagens que compõem esta família atípica que gere a loja há várias gerações: os pais, profissionais, comerciantes, o filho primogénito, deprimido crónico mas extremamente criativo no seu domínio; a irmã, exemplo típico da adolescente inadaptada; e finalmente o irmão mais novo, verdadeiro grão de areia na engrenagem deste comércio lúgubre: é que ele se atreve a sorrir e a ser... optimista!

A sua vida foi um fracasso? Connosco a sua morte será um sucesso!
Casa Tuvache há 10 gerações no suicídio.

A minha opinião: Tomei conhecimento da existência deste livro através da opinião do Pedro, e tive de o ler. É um livro simpático, é bastante pequeno, lê-se de facto num instante, mas não deixa por isso de ser interessante.

Estamos no futuro. Conhecemos a família Tuvache, uma família que se dedica a inventar as melhores maneiras das pessoas se suicidarem, utilizando as técnicas mais imaginativas e originais para o fazerem. Só aqui, o livro é bastante divertido e agradável de ler. Esta família é completamente deprimente, aliás como toda a sociedade. Tudo se concentra à volta da loja, sendo que vivem para isso mesmo. Desculpem, nem toda a família. Alan, o filho mais novo é como que a esperança naquela casa. Através das suas acções ele parece dar alegria aquela família, embora esta não a queira aceitar. E... não vou entrar em mais pormenores.

No entanto, e apesar do referido pela crítica, não achei que este livro tivesse propriamente piada. Ri-me de algumas coisas, mas nesse aspecto ficou um pouco aquém do que esperava.


Para uma leitura tão pequena, é um livro que de facto tem uma mensagem bastante bonita e que realmente nos faz pensar. É incrível pensar que no futuro a nossa sociedade, apesar de todo este avanço tecnológico e vários progressos, se transforme numa sociedade tão... vazia, sem cor, sem vida.



Classificação: 6/10 - Bom,mas deixa a desejar

domingo, 1 de novembro de 2009

A Máquina do Amor, Jacqueline Susann

Sinopse: O Homem criou a máquina. A máquina não sente amor, ódio, ou medo; não sofre úlceras, ataques do coração ou distúrbios emocionais.
Talvez a única possibilidade do homem sobreviver seja tornar-se uma máquina.
Alguns homens conseguiram isso.
Máquinas que passaram por homens dirigem muitas vezes sociedades; os ditadores são máquinas de força nos seus países. Um artista devotado pode transformar-se numa máquina de talento.
Por vezes, essa evolução ocorre sem que o homem repare nela.
Talvez aconteça da primeira vez em que ele diz: "Se eu abolir todos os sentimentos da minha vida, nunca mais poderei ser ferido!"
Amanda teria rido, se lhe tivessem dito isto a respeito de Robin Stone; porque Amanda estava apaixonada por ele.

A minha opinião: Este segundo romance de Jacqueline Susann segue na mesma linha do Vale das Bonecas. Três mulheres, três histórias diferentes, no entanto, com uma paixão em comum: Robin Stone.

Foi um romance bem ao seu género. Tinha todos os seus conhecidos ingredientes. Anos 60, o mundo do espectáculo. Os filmes de Hollywood. Os espectáculos da Broadway. A Televisão. Os Actores. Os Produtores... Mais uma vez é muito interessante entrar nesse mundo, que não se distanciava tanto da realidade, visto a autora ter sido actriz e apresentadora da televisão.

Acompanhamos a vida de Robin Stone. Uma vida aparentemente vulgar. Um repórter televisivo, no início da sua carreira, que namorava com Amanda, também ela pertencente ao mundo do entretenimento, sendo actriz. Um enredo completamente normal, situações do quotidiano, que no entanto, no desenrolar da história se vêm extrememente invulgares. Qualquer mulher que estivesse com Robin Stone não entendia como ele podia amar e ao mesmo tempo ser tão insensível. Robin Stone não possuía qualquer sentimento e, no entanto, era impossível resistir-lhe. Como poderia ser isso?


Este é um livro completamente direccionado para mulheres, assim como O Vale das Bonecas. Lê-lo é como se de repente, regressássemos ao passado, e ingressássemos no mundo do espectáculo. Como se nós fossemos uma das actrizes. Um dos produtores. Como se pertencêssemos aquele mundo.


Classificação : 7/10 - Bom